Caso Benício: Polícia investiga se erro durante intubação contribuiu para a morte

Caso Benício: Médica e técnica de enfermagem passam por acareação em Manaus A Polícia Civil investiga a possibilidade de erros durante o procedimento de i...

Caso Benício: Polícia investiga se erro durante intubação contribuiu para a morte
Caso Benício: Polícia investiga se erro durante intubação contribuiu para a morte (Foto: Reprodução)

Caso Benício: Médica e técnica de enfermagem passam por acareação em Manaus A Polícia Civil investiga a possibilidade de erros durante o procedimento de intubação terem contribuído para a morte do menino Benício Xavier, de 6 anos, em Manaus. A informação foi confirmada pelo delegado Marcelo Martins nesta quinta-feira (4), após acareação da médica Juliana Brasil Santos e da técnica de enfermagem Raiza Bentes Paiva. Benício morreu na madrugada do dia 23 de novembro, após receber uma dose incorreta de adrenalina. A médica admitiu o erro em um documento enviado à polícia e em mensagens em que pediu ajuda ao médico Enryko Queiroz, mas a defesa dela afirma que a confissão foi feita "no calor do momento". O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público (MPAM). Segundo Marcelo Martins, depoimentos colhidos pelas autoridades levantaram a suspeita de que Benício pudesse ter sido vítima de algum erro na UTI. "Os depoimentos indicavam que embora ele tivesse ficado mal, ele chegou à UTI relativamente bem. Ele estava consciente e rapidamente teve uma piora muito radical." O delegado afirmou que durante o atendimento a Benício, houve três tentativas de intubação, todas sem sucesso. "Não conseguiram, chamaram uma outra médica que estava em casa. Ela chegou horas depois e conseguiu. Só que ele foi submetido a medicamentos fortíssimos", explicou o delegado. Segundo o pai da vítima, a intubação provocou as primeiras paradas cardíacas. O menino sofreu seis paradas consecutivas, todas com tentativas de reanimação. A última foi fatal. Martins afirmou ainda que a conclusão dependerá de exame técnico. "Nós vamos prosseguir agora com uma série de requisições ao Instituto Médico Legal, e o IML vai dar o veredito final, pericial, em relação a essas causas." O que diz a defesa A defesa de Juliana Brasil Santos afirmou que a médica reconheceu o erro “no calor do momento” e sustenta que uma falha no sistema automatizado do Hospital Santa Júlia teria alterado a via de administração registrada pela médica. Os advogados apresentaram vídeo para mostrar problemas na plataforma e alegam que instabilidades no sistema contribuíram para o agravamento do quadro de Benício. Assista abaixo. Advogado alega falha no sistema como causa de erro no modo de aplicação de adrenalina Ao lado do advogado, Raiza reforçou a versão que apresentou no depoimento e enfatizou que estava sozinha, sem auxílio. O hospital informou que não vai se manifestar sobre o caso. LEIA TAMBÉM: Cronologia do atendimento de Benício mostra sequência que levou à morte da criança Defesa diz que médica admitiu erro no 'calor do momento' e aponta falha no sistema do hospital Polícia investiga possível adulteração de provas por médica que prescreveu adrenalina Investigação No dia 26 de novembro, o Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CREMAM) abriu processo ético sigiloso para apurar a conduta da médica. O Hospital Santa Júlia afastou tanto Juliana quanto a técnica de enfermagem Raiza Bentes. O delegado Marcelo Martins investiga o caso como homicídio doloso qualificado, considerando inclusive a possibilidade de crueldade. Ele chegou a pedir a prisão preventiva da médica, mas Juliana continua protegida por habeas corpus concedido pela Justiça. O caso Caso Benício: veja cronologia do atendimento que levou à morte de criança Benício foi levado ao Hospital Santa Júlia no dia 22 de novembro com tosse seca e suspeita de laringite. Segundo a família, ele recebeu lavagem nasal, soro, xarope e três doses de adrenalina intravenosa de 3 ml a cada 30 minutos, aplicadas por uma técnica de enfermagem. "Meu filho nunca tinha tomado adrenalina pela veia, só por nebulização. Perguntamos, e a técnica disse que também nunca tinha aplicado desse jeito. Mas afirmou que estava na prescrição", relatou o pai. O menino piorou rapidamente: ficou pálido, com membros arroxeados, e disse que "o coração estava queimando". A saturação caiu para cerca de 75%. Ele foi levado à sala vermelha e depois para a UTI por volta das 23h. Durante a intubação, sofreu as primeiras paradas cardíacas. Foram seis no total. Ele morreu às 2h55 do dia 23 de novembro. Infográfico - Caso Benício Arte g1 Benício Xavier, de 6 anos, morreu após receber dose incorreta de adrenalina em hospital de Manaus. Redes sociais