No 1º dia após prefeitura reassumir UPAs de Piracicaba, plantão atrasa por falta de equipe e pacientes vão embora sem atendimento

Atendimentos em UPAs de Piracicaba são afetados após transição na gestão Pacientes que precisaram dos serviços de saúde das Unidades de Pronto Atendiment...

No 1º dia após prefeitura reassumir UPAs de Piracicaba, plantão atrasa por falta de equipe e pacientes vão embora sem atendimento
No 1º dia após prefeitura reassumir UPAs de Piracicaba, plantão atrasa por falta de equipe e pacientes vão embora sem atendimento (Foto: Reprodução)

Atendimentos em UPAs de Piracicaba são afetados após transição na gestão Pacientes que precisaram dos serviços de saúde das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) Vila Cristina e Vila Sônia, em Piracicaba (SP), na manhã desta quinta-feira (4), ficaram sem atendimento ou tiveram que esperar horas para passar pelo médico. A prefeitura reassumiu, nesta quinta, a administração dessas duas UPAs, que até então eram terceirizadas. As unidades estavam sob responsabilidade da Organização Social de Saúde Mahatma Gandhi, desde maio de 2023, mas o governo municipal decidiu pela rescisão após vários descumprimentos contratuais. 📲 Siga o g1 Piracicaba no Instagram O contrato, no valor de quase R$ 4,5 milhões por mês, tinha validade até 2028. Com a mudança, alguns funcionários não apareceram para trabalhar. Além disso, houve falta de internet. Na UPA Vila Sônia, no início da manhã, não havia equipe para assumir o plantão. "Eles falaram que teria uma equipe aqui da prefeitura, que seria a Cismetro que iria assumir. Por fim, não tem ninguém aqui para assumir a unidade. Como a gente não faz mais parte da Mahatma [Gandhi], a gente não tem por direito de assumir o plantão. Não tem enfermeiro para triar, não tem técnico para assumir a instituição", revelou o técnico de enfermagem Daniel Henrique. "A unidade está parada, os pacientes estão desassistidos, ninguém está atendendo. A gente não sabe se vai ter pagamento, como que ficar a nossa rescisão contratual, porque tem funcionário de dois anos e pouco na empresa. Não tem como a gente assumir [o plantão] sem a gente saber como vai ficar a nossa situação", explicou a técnica de enfermagem Daniele Nunes Ferreira. Espera por atendimento em UPA de Piracicaba nesta quinta-feira (4) Reprodução/ EPTV Diante disso, pacientes tiveram de voltar para casa sem atendimento. "Falou que não ia atender porque está sem médico, não tem como fazer atendimento, não pode atender, quem está aí não pode fazer nada [...] Eu vou ter que ir pra casa, morrendo de dor", contou a dona de casa Liliana Cristina de Lima. "Fui buscar um atendimento para o meu filho, que está com 39 de febre, e assim que eu cheguei já me informaram que não tinha atendimento, que era para ir embora", relatou a vendedora Tainá Regina Alves Correa. "A médica chegou e falou: 'olha, a gente não vai poder atender vocês agora porque a gente foi demitido, então, a gente não pode tocar em vocês", disse Luana Loren. A produção da EPTV, afiliada da TV Globo, constatou no local que às 10h, o atendimento voltou a ocorrer, por meio de senhas. Espera de sete horas Na UPA Vila Cristina, por falta de internet, todos os prontuários e abertura de fichas de pacientes, entre outros registros, precisaram ser feitos à mão. Durante a manhã, a vendedora Luciana Conceição relatou que já estava há sete horas esperando atendimento para sua mãe de 90 anos, na UPA Vila Cristina. "É bem delicado porque ela tem pressão alta, está sem comer. É inaceitável estar passando por isso daqui. Na hora que aconteceu essa transição, virou uma bagunça", reclamou. Funcionários que foram trabalhar estão com medo de ficarem sem receber salário. "A gente está trabalhando, aqui, todo mundo apreensivo. A gente não recebeu o 13º. Era para acertar com a gente dia 30 de novembro, não acertaram. O nosso tíquete, que estava programado para o dia 1º do 12 também, não tem mais programação de tíquete, tiraram. Então, não tem mais data para nós. Agora, pensa, como que nós trabalhamos aqui?", lamentou a técnica de enfermagem Kely Dyana Silva Leite. Em meio ao atraso, pacientes foram embora de UPA sem atendimento Reprodução/ EPTV O que diz a prefeitura Secretário de Saúde, Sérgio Pacheco atribuiu o cenário a essa queda na internet. "Eu acredito que seja pontual o problema mesmo por queda de rede. Nosso superintendente da TI está desde as 7h aqui para tentar resolver o problema". Sobre a ausência de funcionários, o secretário informou que cerca de 10% dos 250 trabalhadores que atendem as duas unidades faltaram hoje ou pediram demissão. "Como a equipe já estava de prontidão, e a gestora que era da Mahatma continua nos auxiliando aqui, eles já conseguiram antever essa situação e prepararam a escala para estar a cobertura totalmente completa. Então, assim, as emergências eu tenho certeza serão atendidas imediatamente, e aquelas fichas verdes e azuis que são pacientes de menor complexidade, eles realmente podem sofrer algum atraso, o que aparentemente não está acontecendo. O que houve aí foi pelo sistema", afirmou. Sobre os pagamentos atrasados aos funcionários, ele afirmou que é uma pendência da organização social com quem a prefeitura rompeu. “Nós peticionamos à justiça na sexta-feira para que ela nos autorizasse a pagar esses atrasados, não houve essa liminar ainda do juiz, e aí, na terça-feira, nós peticionamos para que eles desbloqueiem as contas da empresa. O que é certeza: esse dinheiro existe, ele está parado numa conta, bloqueado, e ele vai chegar na mão do funcionário. A gente, infelizmente, não consegue prever o quando, mas vamos estar trabalhando para que isso ocorra o mais breve possível", finalizou. VÍDEOS: tudo sobre Piracicaba e Região do, como suspeitos pela morte oque foi encontrado se vida, parcialmente carbonizado e dentro de um saco preto e em um córrego na comunidade Renascer em 13 de novembro. Veja outras notícias sobre a região no g1 Piracicaba