Preso considerado 'perigosíssimo’ recebe alvará de soltura após erro no sistema; entenda

Watila Rodrigues Miranda, de 41 anos, foi preso após terminar o expediente em ferrovia de Cubatão (SP) Arquivo A Tribuna e Polícia Civil/Divulgação Um erro...

Preso considerado 'perigosíssimo’ recebe alvará de soltura após erro no sistema; entenda
Preso considerado 'perigosíssimo’ recebe alvará de soltura após erro no sistema; entenda (Foto: Reprodução)

Watila Rodrigues Miranda, de 41 anos, foi preso após terminar o expediente em ferrovia de Cubatão (SP) Arquivo A Tribuna e Polícia Civil/Divulgação Um erro no sistema do Banco Nacional de Monitoramento de Prisões (BNMP) levou à prisão indevida de Watila Rodrigues Miranda, de 41 anos, em Cubatão (SP). Segundo apuração do g1 nesta quarta-feira (26), ele havia sido condenado a oito anos de reclusão pela Justiça do Maranhão por extorsão mediante sequestro em 2018, mas já tinha cumprido 98% da pena e estava em liberdade autorizada. Em nota, o Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA) informou que o alvará de soltura foi expedido na segunda-feira (24), após o juiz Luis Carlos Dutra dos Santos, da 5ª Vara Criminal de São Luís, constatar que as ordens judiciais já tinham sido cumpridas. A data exata não foi especificada. Na última sexta-feira (21), após encerrar o expediente em uma ferrovia de Cubatão, o técnico em segurança do trabalho foi surpreendido por policiais civis que cumpriram mandados ainda ativos no BNMP, apesar de a pena de 2018 já ter sido praticamente cumprida. ✅Clique aqui para seguir o canal do g1 Santos no WhatsApp De acordo com a decisão obtida pela equipe de reportagem, o magistrado explicou que as baixas processuais foram realizadas no sistema do Maranhão, mas os mandados de prisão permaneceram em aberto no banco nacional. "As informações junto ao sistema BNMP que motivaram o decreto prisional foram ali mantidas equivocadamente", apontou o juiz. Veja os vídeos que estão em alta no g1 "Por equívoco, as determinações não foram de todo cumpridas junto ao sistema BNMP, que manteve em aberto mandado de prisão em desfavor do acusado Watila erroneamente até os presentes dias", disse o juiz. " O g1 questionou a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) sobre o cumprimento do alvará de soltura, mas não teve retorno até a última atualização. A equipe de reportagem também tenta localizar a defesa de Watila. O que diz o CNJ? Sede do Conselho Nacional de Justiça. Rômulo Serpa/Agência CNJ O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) informou que o BNMP é um sistema alimentado pelos tribunais brasileiros. Apesar disso, o órgão garantiu que tem adotado medidas para reforçar as orientações sobre a necessidade de atenção no preenchimento das informações para evitar equívocos. O CNJ destacou que erros de procedimentos ou de divulgação de informação podem ser objeto de investigação pela Corregedoria Nacional de Justiça. "O BNMP é um sistema eletrônico desenvolvido para aprimorar a comunicação entre a Justiça criminal, a segurança pública e a administração prisional, permitindo que essas entidades monitorem, em tempo real, a situação do apenado", finalizou o órgão nacional. Prisão Watila Rodrigues Miranda, de 41 anos, foi preso após terminar o expediente em Cubatão (SP) Polícia Civil/Divulgação Policiais do 1° Distrito Policial (DP) de Cubatão foram acionados por um delegado do Espírito Santo sobre a existência dos mandados de prisão contra o homem. Em registro policial, a autoridade descreveu Watila como considerado "perigosíssimo". De acordo com a corporação, o delegado explicou que conseguiu rastrear Watila até Minas Gerais, mas recebeu informações de que o procurado estava morando e trabalhando na Baixada Santista. Os investigadores percorreram as duas maiores ferrovias de Cubatão e identificaram Watila como funcionário de uma das operadoras ferroviárias. A polícia afirmou que os responsáveis se surpreenderam com as ordens judiciais e pediram que a prisão fosse realizada fora da empresa. A equipe aguardou a saída dos funcionários e capturou o homem na Rua Albertina Couto, no bairro Jardim 31 de Março. Ainda segundo a Polícia Civil, ele foi levado à Cadeia Pública anexa à Delegacia Sede de Guarujá (SP) e não quis comentar os motivos da acusação. Por meio de nota, a Rumo Logística informou que o homem não integra o quadro de empregados diretos e destacou que não exerce ingerência no processo de contratação de colaboradores dos prestadores de serviços. VÍDEOS: g1 em 1 minuto Santos